Morte de JK: Ex-motorista de ônibus diz que foi vítima de armação

postado em 04/11/2013 16:46 / atualizado em 04/11/2013 19:06

Comissão dos Direitos Humanos da Assembleia de Minas deve pedir agora uma audiência com a comissão Nacional da Verdade para que a morte de Juscelino Kubistschek seja considerada assassinato


Bastante emocionado,Josias Oliveira (FOTO), deu seu depoimento sobre as circunstâncias do acidente com que matou o ex-presidente Juscelino Kubistschek(foto: Guilherrme Bergamini/ALMG )

O ex-motorista Josias Nunes de Oliveira, 69 anos, que chegou a ser indiciado pelo acidente que matou Juscelino Kubistschek reafirmou, nesta segunda-feira, que não houve colisão com o carro que levava o ex-presidente. Ele disse, durante depoimento à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que foi coagido na época a assumir que o ônibus que dirigia bateu no Opala de JK. Após ser inocentado pela Justiça, Josias tornou-se peça-chave no caso. No depoimento de hoje, ele contou que o delegado responsável pelo caso tentou convencê-lo a assumir a responsabilidade pelo acidente. Ele também relembrou que outros dois homens tentaram suborná-lo com uma mala de dinheiro. “Depois disso minha vida acabou. Simularam tinta no veículo em que estava o ex-presidente na lataria do ônibus e, com isso, fui indiciado pelo acidente”, contou aos parlamentares.

Além da comissão da Assembleia de Minas, o assunto vem sendo debatido na Câmara de São Paulo e no Rio. Com base nos depoimentos e perícias que constam nos autos do processo os parlamentares tentam agora comprovar que não se trata de acidente, mas um atentado. De acordo com o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia de Minas, deputado Durval Ângelo (PT), o pedido da nova audiência será feito à Comissão Nacional da Verdade. “Eu vou requerer uma audiência pública, em Diamantina, com a Comissão Nacional da Verdade para que seja declarado o assassinato de JK”, afirmou. Na reunião de hoje também foi aprovado o envio das notas taquigráficas da reunião para às comissões da Verdade Nacional, Estadual e do Rio de Janeiro. 

Ainda conforme o motorista, que voltou a contar a história, ele teria passado com o ônibus logo após o acidente, mas que, ao perceber que os ocupantes do veículo estavam mortos, seguiu viagem com os 33 passageiros. 

O corpo do motorista de JK, Geraldo Ribeiro, enterrado no Cemitério da Saudade, em Belo Horizonte, foi exumado em 1996 e a perícia constatou que o fragmento metálico encontrado em seu crânio era um prego do caixão. No entanto, o fato levantou suspeitas e a especulação é que se trata de um projétil de bala, o que pode confirmar as hipóteses levantada de que se trata de um atentado. O Governo de Minas já acatou o pedido para que seja feita nova perícia no corpo de Geraldo.

Kubitschek morreu em agosto 1976 após um acidente de carro. O ex-presidente viajava de São Paulo para o Rio num Opala dirigido pelo seu motorista, Geraldo Ribeiro, que também morreu, depois de perder o controle e se chocar com uma carreta. Conforme a história conhecida e divulgada na época , Josias Oliveira dirigia o ônibus 1.348 da Viação Cometa que teria feito o motorista de JK perder o controle do Chevrolet Opala em uma curva da Rodovia Presidente Dutra, em Resende (RJ), e colidir de frente com uma carreta. 
Resultado de imagem para Morte de JK: Ex-motorista de ônibus diz que foi vítima de armação
Imagens relacionadas:
Imagem relacionada
Imagem relacionada
Imagem relacionada
Imagem relacionada
Imagem relacionada
Imagem relacionada
Imagem relacionada
Imagem relacionada
Os dois ocupantes do automóvel morreram. Juscelino tinha 73 anos. Dois anos antes do acidente, havia recuperado os direitos políticos cassados logo após o golpe militar de 1964 - ele era senador por Minas. A hipótese de atentado contra JK alega que o ex-presidente seria visto como “ameaça” por setores do regime e, por isso, teria sido “eliminado”.


Nenhum comentário:

Postar um comentário