sábado, 31 de março de 2018

Médica que anunciou 'morte assistida' no Facebook busca sentido para vida na pesquisa de síndrome

Portadora de doença autoimune que afeta músculos e articulações, oftalmologista de Cuiabá já foi internada 34 vezes na UTI; plano de viajar para clínica de morte assistida na Suíça foi suspenso após e-mail de especialista.


Antes de começar a ter crises por conta da doença autoimune, Letícia Franco trabalhava como oftalmologista em Cuiabá  (Foto: Arquivo Pessoal)

Antes de começar a ter crises por conta da doença autoimune, Letícia Franco trabalhava como oftalmologista em Cuiabá (Foto: Arquivo Pessoal

Logo que atende a chamada telefônica por vídeo, Letícia Franco, de 36 anos, se desculpa por estar desarrumada. Ajeita-se rapidamente na cama, vestida de camiseta e calça legging, e aponta o pescoço para a repórter. "Tá vendo aqui essa cicatriz feia? É do respirador que eu usei ano passado", diz à BBC Brasil sobre a traqueostomia pela qual passou. O procedimento consiste em fazer um orifício na traqueia para colocar um tubo que ajuda o ar a chegar aos pulmões.


A médica de Cuiabá retornava de mais uma de incontáveis internações em hospitais que acumula desde 2010 - só na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) foram 34 vezes. O grande sofrimento causado por uma doença crônica degenerativa fez com que ela postasse, dias antes da conversa com a BBC Brasil, uma espécie de despedida nas redes sociais: "Em 16 dias estarei longe, na Suíça, fazendo o que me deixará livre da dor e do medo. Acho que amanhã ou depois desligo esse facebook [...] (sic) Toda minha família deixo meu mais sincero amor", postou no dia 1º de março.



A viagem à Suíça citada na mensagem apontava para o plano de suicídio assistido em uma conhecida clínica que oferece esse serviço para pacientes terminais que desejam por um fim a sua vida, prática que é legal naquele país, ao contrário do que acontece no Brasil.


O recado no Facebook comoveu várias pessoas e chegou ao portal cuiabano O Livre. Sua posterior repercussão a fez apagar a mensagem logo depois.


A decisão de colocar fim à vida, segundo a oftalmologista, foi extremamente difícil e envolveu questões religiosas. No momento, Franco afirma ter suspendido o plano - a possibilidade de poder ter seu caso estudado e ajudar outras pessoas que tenham a mesma doença a levou a mudar de ideia.


Há oito anos, Letícia foi primeiramente diagnosticada como portadora de uma doença autoimune chamada dermatopolimiosite. Doenças autoimunes são aquelas em que o organismo passa a atacar células saudáveis do próprio corpo. No caso da dermatopoliomiosite, o principal efeito é sobre os músculos e a pele. Mas pela complexidade de seu quadro, ela recebeu, mais tarde, outro diagnóstico: de ter uma rara síndrome ligada ao uso de prótese de silicone.




Em sua primeira internação, quando seus membros ficaram paralisados e ela mal conseguia abrir os olhos, conta ter passado três meses no hospital. "Nunca tinha ouvido falar nessa doença, não lembro de ter estudado isso na faculdade. Ali eu soube que meus músculos estavam morrendo. Eu corria, participava de competições, malhava muito. Tenho 1,73 m e cheguei no hospital pesando 78 kg, a maior parte de músculo. Quando eu tive alta estava pesando 43 kg."


O primeiro diagnóstico veio quando ela estava de casamento marcado. A perspectiva de ter crises ainda piores, fez com que seu então noivo terminasse o relacionamento, segundo ela. "Eu estava horrorosa, ele não quis mais saber. Como ele era médico também, sabia que ia ser difícil e falou pra eu ficar sendo cuidada pelos meus pais."



Franco passou a ter crises da doença a cada quatro meses - e manifestou sintomas de outras enfermidades, como lúpus e esclerodermia. Em decorrência da alta carga de cortisona tomada, relata ter desenvolvido osteoporose e passado a sofrer fraturas a cada vez que caía ou batia em algum lugar - quebrou queixo, braço e perna.



Hoje, Franco se locomove em cadeira de rodas e afirma que a dor que sente é tanta que precisa tomar morfina de quatro em quatro horas - algumas vezes em que a BBC Brasil tentou contato com a médica, ouviu de sua enfermeira que ela estava dormindo após ter ingerido essa medicação.
A médica em uma das suas internações - só de UTI foram 34 (Foto: Arquivo pessoal)

A médica em uma das suas internações - só de UTI foram 34 (Foto: Arquivo pessoa

Síndrome Asia


Há três anos, o quadro de Franco piorou. Além das dores nas articulações e músculos, e as constantes paralisias, começou a ter paradas respiratórias e outros sintomas inesperados para a doença que supunha ter.


Foi então que um médico do Hospital das Clínicas de São Paulo a diagnosticou como portadora de uma nova síndrome, chamada Asia (sigla em inglês para síndrome autoimune/autoinflamatória induzida por adjuvantes), que ainda está sendo estudada e sequer foi definitivamente reconhecida no mundo científico.


Os adjuvantes são elementos externos que basicamente estimulam os anticorpos de quem é geneticamente propenso a ter doenças autoimunes a atacar o próprio organismo. Até agora, entre as substâncias estranhas ao corpo humano identificadas como tendo efeito adjuvante estão implantes de silicone e alguns tipos de vacina.


No caso de Franco, ela e o reumatologista que a atendeu no Hospital das Clínicas, em São Paulo, acreditam que a prótese de silicone colocada pela primeira vez aos 18 anos, e que se rompeu anos depois, teria sido a responsável para que ela desenvolvesse a doença. Contatado pela reportagem, o médico não quis dar entrevista.


Os sintomas da síndrome, segundo os estudos, se assemelham muito aos de algumas doenças autoimunes, como a dermatopolimiosite, com a qual Franco foi inicialmente diagnosticada. Os mais comuns relatados são dores e inflamações dos músculos e nas articulações, fadiga crônica, comprometimento cognitivo, perda de memória e manifestações neurológicas associadas à desmielinização (quando há algum tipo de perda ou danificação da bainha de mielina dos nervos, como na esclerose múltipla).

"O médico então me disse que essa doença também não tinha cura [como a dermatopolimiosite], que eu ia continuar tendo crises e podia tentar tratamentos paliativos", lembra Franco. "Aí eu falei: doutor, e agora? O que vai ser de mim? Eu sabia que ia piorar mais...E eu não queria isso."


Franco era corredora antes de adoecer; hoje ela se locomove em cadeira de rodas Foto: Arquivo pessoal (Foto: Arquivo pessoal)
Franco era corredora antes de adoecer; hoje ela se locomove em cadeira de rodas Foto: Arquivo pessoal (Foto: Arquivo pessoal


Quero partir


Foi no ano passado, quando foi internada e fez a traqueostomia para poder respirar, que começou a pensar no suicídio assistido. Como médica, ela sempre defendeu que pacientes de doenças incuráveis ou com morte cerebral pudessem ter essa opção.


"Eu não quero morrer cheia de tubos, ter uma morte sofrida, horrível como eu sei que é. Se fosse só eu que sofresse, tudo bem. Mas é a família inteira que sofre. A coisa mais difícil é olhar para o olho da mãe e do pai e ver a tristeza enorme que eles têm por você estar com dor, ver eles sem esperança de que você vá melhorar, esperando por um milagre", diz ela, cujos pais também são médicos.


"Quantas vezes minha mãe pegou na mão e disse 'Descansa, que vai ficar tudo bem.' E eu via aquele olhar cheio de lágrimas. Isso pra mim dói mais que a doença, eu tô matando meus pais com tudo isso. Por isso pensei: se eu não posso voltar atrás e não ter essa doença, o que posso tentar é um final melhor, com dignidade."



A coisa mais difícil é olhar para o olho da mãe e do pai e ver a tristeza enorme que eles têm por você estar com dor, ver eles sem esperança de que você vá melhorar, esperando por um milagre



Católica praticante, a oftalmologista conta que a decisão pela eutanásia a fez perder algumas noites de sono. "Tinha medo de Deus não me perdoar. Dizem que quem comete suicídio vai para o inferno", fala.


Ao receber um e-mail com instruções da clínica de morte assistida Dignitas, na Suíça, Franco comunicou a decisão aos pais. Em um primeiro momento, eles aceitaram levá-la até o local. Mas depois desistiram da ideia. "Minha mãe me disse 'Como eu posso te levar pra morrer? Eu pedi tanto para ter uma filha, como vou fazer isso?'."



Se fosse a situação oposta, ela assegura que levaria os pais doentes em direção ao fim escolhido.


Desesperada com a negativa da família, a médica conta que tentou tirar a própria vida com um bisturi dias após o post de "despedida" no Facebook. Foi salva pelos pais e ficou internada mais alguns dias.




Nesse período no hospital, Franco consultou três padres. "Falei pra eles do sofrimento meu e da minha família e perguntei se Deus ia me perdoar, se estava vendo a cruz que eu carrego", diz. "Um me perguntou o que eu faria se fosse o contrário, se eu levaria minha mãe [para morrer]. E eu disse que sim, eu levaria. E todos me falaram que não iriam interferir na minha decisão, que só Deus conhecia meu coração."

A médica diz que desistiu da eutanásia por enquanto para tentar ajudar outros pacientes com a mesma doença  (Foto: Arquivo pessoal)
A médica diz que desistiu da eutanásia por enquanto para tentar ajudar outros pacientes com a mesma doença (Foto: Arquivo pessoal)


Cobaia


Logo depois, recebeu um e-mail que a fez suspender o plano do suicídio assistido. Ela havia escrito para o médico israelense Yehuda Shoenfeld, um dos principais pesquisadores da síndrome Asia no mundo, relatando seu caso e oferecendo-se para servir de cobaia para suas pesquisas sobre a doença.


Na mensagem, à qual a BBC teve acesso, o cientista, que é professor da Universidade de Tel Aviv, sugere que Franco tentasse se submeter a um dos tratamentos recomendados por ele para tentar evitar crises, mas não se compromete a recebê-la para estudar seu caso.



Mesmo assim, Franco diz que pretende ir a Israel conhecer Shoenfeld. "Eu sou médica, minha vida toda foi doação, então pensei que é um final justo eu poder ajudar os outros.


sexta-feira, 30 de março de 2018

Bolsonaro diz que quer Alexandre Frota ministro da Cultura em vídeo

Bolsonaro sugeriu Alexandre Frota para ministro da Cultura
Bolsonaro sugeriu Alexandre Frota para ministro da Cultura Foto: Marcos Alves / Agência O Globo (27-11-2017)
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Pré-candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL-RJ) disse, em um vídeo descontraído enviado para Alexandre Frota, que quer ver o ator como ministro da Cultura. O próprio Frota compartilhou o vídeo em suas redes sociais.
No vídeo, que já foi visualizado milhares de vezes, Bolsonaro deseja parabéns ao ator e faz a sugestão sobre o cargo.
Resultado de imagem para frota em filme gay
 "Se voce quer me ver presidente um dia, eu quero te ver ministro da Cultura. Já imaginou, cara?", diz Bolsonaro.
Frota costuma fazer campanha para a família Bolsonaro nas redes sociais e, em postagens recentes, compartilhou vídeos de Bolsonaro e seu filho Eduard convocando-o para integrar o Partido Social Liberal (PSL).
Pelo Facebook, Frota informou que está saindo do Patriota 51 porque a ala evangélica do partido se mostrou descontente com sua carreira de filmes pornográficos e por "divergências criadas por lideranças estaduais" que querem uma coligação com o Partido Comunista do Brasil (PCdoB).

Show beneficente arrecada 27 toneladas de alimentos para entidades sociais

Show Beneficente de Léo Magalhães 2018 em Teófilo Otoni, na Pampulhinha. [ LOTADO ]







































PRF prende 03 foragidos da justiça em ônibus que seguia para Salvador

PRF prende 03 foragidos da justiça em ônibus que seguia para Salvador

Um dos foragidos possuía mandado de prisão pelo assassinato do próprio pai
TEÓFILO OTONI – Por volta das 17h30 desta segunda-feira (26), a PRF em fiscalização no Km 278 da Br 116, município de Teófilo Otoni, fez a abordagem de um ônibus de linha interestadual, que seguia para a cidade de Salvador/BA.
Foram identificados que 03 passageiros do coletivo eram foragidos da Justiça, sendo eles R.L.R. 25 anos, morador da cidade de Cacoal/RO; A.M.Q. 24 anos, morador da cidade de Salvador/BA e A.S.M. 37 anos, esse último com prisão preventiva decretada pelo homicídio do próprio pai, ocorrido na capital baiana.
A ocorrências foi encaminhada ao plantão da Polícia Civil em Teófilo Otoni.


Homem é morto com vários tiros após receber ameaça por causa de dívida com tráfico em Almenara

Homem é morto com vários tiros após receber ameaça por causa de dívida com tráfico em Almenara

Caso será investigado pela Polícia Civil e até o momento ninguém foi preso. Homem conversava com a ex quando foi surpreendido pelo suspeito armado
ALMENARA – Um jovem de 22 anos foi morto a tiros em Almenara, no Vale do Jequitinhonha, na noite dessa terça-feira (28). Segundo informações da Polícia Militar, Paulo Henrique Gomes Quaresma foi atingido por diversos tiros em uma avenida no Bairro Parque São João.
A ex-namorada dele contou à PM que os dois estavam conversando sobre a gravidez dela, quando um homem surgiu por trás de algumas árvores e atirou várias vezes. Em seguida, fugiu pulando o muro do aeroporto.
A mulher disse ainda que viu a vítima na companhia de alguns homens no momento que chegou no local e relatou que o ex havia recebido ameaça de morte por conta de uma dívida com traficantes. O valor não foi divulgado.
De acordo com a PM, Paulo Henrique tinha sete passagens pelos crimes de lesão corporal, porte de arma branca e tráfico de drogas. Após o trabalho da perícia, o corpo foi encaminhado para o Instituto Médico de Almenara. Até o momento ninguém foi preso.

Câmara Municipal de Pescador realiza Reunião Ordinária do mês de março

Câmara Municipal de Pescador realiza Reunião Ordinária do mês de março

PESCADOR – Foi realizada na sexta-feira da semana passada, dia 23, a Reunião Ordinária do mês de março da Câmara Municipal de Pescador. Projetos importantes foram avaliados pelos vereadores.
Munícipes lotaram a casa para acompanhar a sessão legislativa do mês
A sessão legislativa contou com a presença dos nove vereadores que compõe a atual legislatura.
O público marcou presença em grande número no auditório da instituição.
O presidente da Câmara Municipal, vereador Dagnei, juntamente com os demais parlamentares, avaliaram positivamente o desenvolvimento dos trabalhos.
O reunião foi acompanhada pelo vice-prefeito da cidade, Dr. Vereador (MDB).


‘Nós tá boladão com o governo’, diz homem armado com fuzil monitorando comboio do Exército no Rio

Vídeo de suposto traficante circula em redes sociais. Fontes da polícia dizem que imagens foram gravadas a partir do Parque União


Por G1 Rio
 
Traficante monitora comboio do Exército no Rio

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra um fuzil direcionado a um comboio das Forças Armadas que trafega pela Zona Norte do Rio. Nele, um homem deixa claro estar monitorando a movimentação das tropas do Exército na região e afirma: “nós tá boladão com o governo” (sic).


“Tá voltando o comboio”, diz o homem depois de sugerir que os militares tivessem participado de alguma ação na Ilha do Governador. “O governo tá bolado. Nós vai amassar o governo. Nós tá boladão com o governo, neguinho”, continua o homem.

Gravado a partir de um local atrás da Sede Náutica do São Cristóvão, o vídeo teria sido registrado, segundo fontes da polícia, por traficante da Favela Parque União, que faz parte do Conjunto de Favelas da Maré.

Procurados pelo G1, o Gabinete de Intervenção Federal e o Comando Militar do Leste não se posicionaram a respeito da gravação até a publicação desta reportagem. A Polícia Civil também não emitiu nenhuma informação a respeito. Fontes da corporação afirmaram à TV Globo que a gravação é recente, feita já durante a vigência da intervenção federal na segurança pública do Rio.



À TV Globo, o chefe de comunicação do CML, coronel Carlos Frederico Cinelli, afirmou que o comando não irá se pronunciar a respeito. “Há coisas mais urgentes e importantes a fazer em prol da população carioca do que dar voz a criminosos”, disse o militar.


 (Foto: Igor Estrella/G1)