sexta-feira, 14 de abril de 2017

Mulher será indenizada por `invasão´ de cadáver em casa

Município de Teófilo Otoni foi condenado a pagar R$ 35 mil a moradora 


 Fato estranho será que alguém ainda se lembra....

Agencia Estado
27 Junho 2007 | 16h27

O município de Teófilo Otoni, no interior de Minas Gerais, foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Estado a pagar indenização de R$ 35 mil a uma moradora, por danos morais, em decorrência da "invasão" de um cadáver em decomposição e de restos mortais à sua residência. O fato inusitado e macabro ocorreu na madrugada chuvosa de 27 de outubro de 2004. O temporal que atingiu a cidade provocou a queda de parte do muro que separa a casa da professora de educação física Sônia dos Santos Ferreira, 42 anos, do cemitério municipal. O terreno cedeu e a enxurrada arrastou para a residência o defunto enterrado há cerca de duas semanas, junto com lama e ossadas de outras sepulturas. Conforme os autos, a tampa do caixão que fora aberto atingiu a perna de Sônia, que sofreu ferimento e infecção bacteriana. De acordo com o TJ-MG, a vítima alegou que o corpo só foi removido no período da tarde e o ambiente da residência ficou "impregnado pelo cheiro de matéria orgânica em decomposição". Em razão da grande quantidade de lama, ossos, pedras e restos de construção, a porta da sala ficou impedida de ser aberta. A professora e suas duas filhas precisaram ser "resgatadas" com a ajuda de vizinhos. Lembrança A madrugada de terror ainda está na memória de Sônia. "Foi terrível. Acordei com um barulho muito grande. A impressão é que as paredes estavam tremendo", disse a professora ao Estado. "Quando desci da cama, já pisei na lama. Um (cadáver) estava inteiro, pois tinha sido enterrado 15 dias antes. Mas havia pedaços de outros. A perícia recolheu 18 sacos com ossadas. Uma coisa horrorosa, não dá para esquecer de jeito nenhum". Além dos danos morais, Sônia sofreu prejuízos materiais. A enxurrada provocou a destruição de móveis e aparelhos elétricos. O muro foi reparado pela prefeitura local, mas a casa continua fechada e a professora já decidiu que não voltará a viver no imóvel. "Vou continuar morando de aluguel. Não tenho condições emocionais de morar lá". Maria Edina Batista dos Santos, uma das advogadas de Sônia, contou que as duas filhas presenciaram a cena e ficaram traumatizadas. "Uma das meninas até pensou em suicídio", disse.

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