quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Bahiaminas, uma estrada que deixou saudades


Estudo procura resgatar importância da estrada de ferro no desenvolvimento regional
Araçuaí- Novo Cruzeiro - Ladainha - Teófilo Otoni
Óleo da estação de Ladainha, EFBM. Autor desconhecido A estrada de ferro bahiaminas virou lenda entre moradores dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. São tantas histórias contadas... Esta estrada nasceu, em 1878, como uma verdadeira redenção da região, procurando tornar concretos os sonhos republicanos do líder político Teófilo Otoni. Depois de quase um século virou signo do atraso, quando a moda era valorizar rodovias e automóveis, sob inspiração de Juscelino Kubischeck e da indústria do petróleo. Os trilhos foram arrancados, em 1966.
A música Ponta de Areia, de Milton Nascimento e Fernando Brant, fala da visão romântica desta estrada de ferro que virou um dos símbolos do progresso do século XX, na nossa região.
A tese de doutorado de José Marcello Salles Giffoni, defendida em 2006, na UFMG, intitulada “Trilhos arrancados: história da Estrada de Ferro Bahia e Minas (1878-1966)”, procura discorrer sobre “o entendimento do processo de como esta ferrovia se estabeleceu com o signo do progresso e redenção de uma região e foi erradicada sob o signo do atraso. Ambas ações financiadas pelo Estado”. Giffoni alia esta questão à pergunta sobre a importância da EFBM na “introdução de um ritmo capitalista e na formação da rede urbana que se estabelece entre os Vales” do Mucuri e do Jequitinhonha.
Este é considerado um dos estudos mais sérios sobre a Bahiaminas que deixou saudades, principalmente entre os moradores de cidades como Teófilo Otoni, Ladainha e Araçuaí, além de pequenos povoados como Alfredo Graça e Engenheiro Schnoor, em Araçuaí, e Queixada, em Novo Cruzeiro.
A Bahia MinasA Estrada de Ferro Bahia Minas (EFBM) era uma linha ferroviária brasileira que ligava o nordeste de Minas Gerais com o sul da Bahia.
Essa linha contribuiu para o nascimento de cidades como Teófilo Otoni e várias outras com o crescimento demográfico do Vale do Jequitinhonha.
A Estrada de Ferro Bahia Minas teve como diretriz a ligação do arraial de Ponta de Areia, próximo a cidade de Caravelas, no litoral sul da Bahia, à cidade de Araçuaí, no Médio Jequitinhonha, nordeste de Minas Gerais, numa extensão de aproximadamente 600 quilômetros.
Este ramal ferroviário foi implantado por volta de 1878 pela Estrada de Ferro da Bahia em parceria com o Governo de Minas Gerais, tendo como principal objetivo a exploração e transporte de madeira, e em especial dormentes, para as demais ferrovias, tendo como cliente predominante a própria Estrada de Ferro da Bahia, e como estratégia um porto de exportação a ser instalado em Caravelas.
Posteriormente a concessão foi transferida para a Compagnie des Chemins de Fer Fédéraux de lÉst Brésilien - CCFFEB.

Como o comércio de madeira não teve continuidade, nem o porto de Caravelas foi efetivamente implantado, foram propostas outras atividades econômicas para a viabilização da ferrovia, com ênfase no comércio de café, que, devido às seguidas crises econômicas nâo teve prosperidade.
A partir dessa configuração a ferrovia foi incorporada pela Estrada de Ferro Federal Leste Brasileiro - EFFLB, em seguida transferida ao Departamento Nacional de Estrada de Ferro DNEF e à Viação Férrea Centro Oeste - VFCO, e finalmente pela Rede Ferroviária Federal S.A. quando foi desativada em 1966.
Com informações de Marcos Lobato Martins em http://www.minasdehistoria.blog.br/

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