Lula diz que acesso dos pobres à universidade incomoda os ricos
Ao sancionar o programa Universidade para Todos (ProUni), que vai beneficiar 112 mil pessoas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o acesso dos menos favorecidos ao ensino superior não agrada aos ricos. "No Brasil sempre foi assim, na hora em que o pobre conquista um milímetro de espaço, ele incomoda, mesmo que não tenha tirado um milímetro de espaço dos ricos", afirmou, no discurso. "Ficam incomodados: como é que o pobre está alcançando uma coisa que até então não era para pobre?"
Segundo Lula, o ProUni não foi feito há 20 ou 30 anos porque os estudantes só agora aprenderam a reivindicar mais e porque, pela primeira vez, o País tem um presidente e um vice-presidente sem curso universitário. Disse que ele e Alencar não têm diploma pelo mesmo motivo que muitos dos jovens: "Não tinha oportunidade antes do ProUni. Quem sabe, quando deixarmos o mandato, eu e o Alencar seremos bolsistas. Mas, se conseguirmos, vão dizer: isso é proteção, porque ele foi presidente."
Entre gritos e assobios de futuros universitários, o presidente disse que o ProUni é o grande programa do governo para a educação. O projeto cria bolsas integrais ou parciais, de pelo menos 50%, nas universidades particulares. Vai beneficiar 112.416 pessoas. "É um extraordinário começo. Acho que vamos avançar a cada ano e, na medida em que a gente vá provando o acerto da decisão, vai haver muito mais vagas"
O presidente aproveitou o discurso para defender o programa das críticas. Afirmou que os ataques vêm de pessoas que nunca falaram na falta de acesso dos mais pobres à universidade porque não se importavam com o assunto. Ressaltou, ainda, que o ProUni é uma forma de dar ensino gratuito aos menos favorecidos, porque o Estado nunca poderá bancar ensino público para todos.
"Sempre haverá universidade particular e o fato de criarmos esta bolsa é dizer claramente o seguinte: nós estamos fazendo com que na escola particular centenas ou milhares de alunos possam estudar sem pagar um único centavo, que é a mesma obrigação que o Estado tem com aqueles que estão na escola pública federal", discursou.
A cerimônia, de quase duas horas, foi marcada pela vibração de estudantes do Movimento dos Sem-Universidade (MSU) ou ligados à organização não-governamental EducAfro.
Fernando Henrique
Entusiasmados, os estudantes aplaudiram Lula e o ministro da Educação, Tarso Genro.
Depois de ouvir um representante do Movimento dos Sem-Universidade citar as músicas do rapper Mano Brown e dos Titãs, o presidente usou o fato para afirmar que, no seu governo, há mais sensibilidade e uma relação mais próxima com a realidade do povo.
Lula aproveitou para dar mais uma estocada no ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, dizendo que antes dificilmente os dois músicos seriam citados num ato da Presidência. "Teriam citado outras personalidades do mundo intelectual e nunca dois intelectuais próximos da periferia."
O ministro Tarso Genro, que também classificou o ProUni como o "maior programa desse governo", aproveitou o seu discurso para rebater críticas ao projeto. Na sua opinião, quem critica o ProUni "ou já está formado, ou estuda em escola pública ou é leigo".
"Esse é um programa para pobres e afrodescendentes, o que irrita parte da elite", afirmou. "Esses pequenos setores da nossa elite ainda foram secundados por outros que se autodenominam revolucionários. É bom que se grave a posição dessas pessoas."
O ministro enfrentou, há cerca de uma mês, uma manifestação contra o ProUni liderada pela própria filha, a deputada Luciana Genro (sem partido-RS).
Fonte: O Estado de S.Paulo
[O Estado de S.Paulo]
http://www.universia.com.br/html/noticia/noticia_clipping_bjhhj.html
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E HOJE ELA JA E REALIDADE NA NOSSA CIDADE...
A NOSSA PREFEITA PROMETEU E CUMPRIU COM O NOSSO PRESIDENTE LULA...
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